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Museu da Tolerância – USP

Serviço Público

projeto: MUSEU DA TOLERÂNCIA USP
tipologia: equipamento público
categoria: concurso
participação: membro da equipe
data: 2005
local: São Paulo / SP
status: menção honrosa

O Paradoxo da Tolerância
“Se formos de uma tolerância absoluta, mesmo para com os intolerantes, e se não defendermos a sociedade tolerante contra seus assaltos, os tolerantes serão aniquilados, e com eles a tolerância”. 
Karl Popper

O Museu da Tolerância é inundado de luz.
Uma galeria longitudinal organiza o espaço, favorecendo a leitura contínua dos recintos, propiciando a convivência.
A área expositiva está definida nos níveis superiores permitindo diferentes percursos. Pode-se iniciar a visita a partir das exposições temporárias e permanentes até a Caixa de Sombras. Pode-se também caminhar alternadamente desde Caixa de Sombra (N. 740.5), com os horrores da intolerância – sons, imagens e odores – em um recinto de 55 metros lineares, estreito e baixo, até a saída em um “olho” onde se avista a Flor da Tolerância: escultura vertical, símbolo do museu.
Os setores de administração, pesquisa e ensino localizam-se no nível inferior, permitindo assim uma escala mais harmônica do volume do edifício em relação ao seu entorno. O piso da calçada mergulha suavemente no Museu, desenhando o chão e convidando para visita, onde além do acesso à área expositiva estão as áreas públicas do restaurante e a biblioteca, favorecendo assim uma convivência fraterna entre o público da Cidade Universitária e o novo Museu proposto.
Os Museus desenhados pela arquitetura contemporânea brasileira nos últimos 50 anos são uma aula de precisão e arrojo da técnica construtiva e estrutural constituindo-se em um capítulo fundamental da arquitetura e da engenharia nacional. Este ideário está presente no Museu da Tolerância: estrutura, arquitetura e entorno como elementos íntegros e indissociáveis do mesmo desenho.
Para a estrutura foram concebidos dois vigorosos pilares de aço, com eixos afastados de cinco metros que suportam viga assimétrica em balanço. Pilares metálicos esbeltos suportam as tramas das lajes alveolares dos pavimentos. Um harmônico desempenho de segurança e rigor. O princípio do delineamento estrutural foi fundamentado na construção de quatro ágeis pórticos metálicos paralelos, transversalmente dispostos em relação ao eixo da edificação, contribuindo esteticamente para a tipologia e para a natureza da arquitetura do Museu. Dessa forma, conferindo leveza e elegância, libertando o edifício de esteios frontais, como se não apoiasse no solo.
A precisão construtiva combinada com velocidade de fabricação e montagem, redução de custos de fundações e aumento da área útil, como convém a edifícios destinados à função institucional de museu, contribuíram para a escolha do sistema metálico porticado, dotando-o de rigidez e funcionalidade, além da beleza e ousadia.
Exterior e interior se integram pelos diferentes jardins. O novo Museu é uma atitude construtiva não violenta no espaço da USP, porém, ativa e com uma identidade espacial própria, onde dialogam memória e invenção.

ficha técnica

Autor: Ciro Pirondi
Co-autor: Marcello Lindgren
Estrutura e Orçamento: Eduardo Cerqueira
Maquete Eletrônica: Pablo Forero
Maquete: Cristiana Delgado de Carvalho e Tomás Capobianco
Coordenação Geral: Bianca Rizzi
Fotografia: Julia Mazagão
Equipe do Escritório: Anália Amorim, Roseli Azevedo, Alberto Nicolav, Ana da Costa Lino, Marcelo Dionísio, Natasha Pirondi e Sílio Almeida